Ditadura
“Cidadão de papel”
Gilberto Dimenstein
O jornalista Gilberto Dimenstein tinha em mente levar para a sala de aula a discussão da cidadania no nosso país. Foi assim que nasceu O cidadão de papel. Com a ajuda de textos sobre exemplos de cidadania e imagens impactantes, o autor apresenta aos jovens o Brasil de agora para formar os cidadãos de amanhã.
O título coloca em foco a distância que ainda estamos da verdadeira democracia. Segundo o autor, a verdadeira democracia implica o total respeito aos direitos humanos, o que ainda não ocorre em nosso país. Para ele, vivenciamos uma cidadania que está apenas no papel. "O Cidadão de Papel", apesar de ter sido escrito no ano de 1994, retrata com fidelidade uma realidade brasileira: o descaso do Estado com nossas crianças.
A criança é o elo mais fraco e exposto da cadeia social, e ao mesmo tempo é o futuro do nosso país. Nenhuma nação consegue progredir sem investir na educação, o que significa investir no futuro do país: a infância. A situação da infância é um fiel espelho de nosso estágio de desenvolvimento econômico, social e político.
São muitos os fatores que geram a violência, um deles citados no livro é a má distribuição de renda no país. O Brasil é classificado entre os países com pior distribuição de renda do mundo, ao lado do Panamá, Botsuana, Quênia, Zâmbia e Costa do Marfim. É considerada pobre a família com rendimento per capita igual ou inferior a meio salário mínimo por mês.
Pesquisas apontadas no livro mostram que os números de meninos de rua vêm aumentando radicalmente. Eles são um retrato da frágil democracia brasileira, que favorece uma minoria apoderada da maior parte das riquezas, enquanto a maioria sofre as margens da sociedade, sentido o impacto da pobreza, do desemprego, ficando sem onde recorrer. Assim fugindo para as ruas e aumentando as estatísticas de jovens na criminalidade, nas drogas, tornando-se adultos criminosos, em um ciclo vicioso que retrata a