Ditadura militar
A ditadura militar brasileira durou de 1964 a 1985 e foi marcada pelo autoritarismo (com distinções importantes em relação ao totalitarismo) e pela intensa repressão, tanto física quanto moral e intelectual, plenamente estabelecida a partir de 1968, com o AI-5.
Após a década de 50, período em que predominou a Bossa Nova, as canções de protesto procuravam maior aproximação com a temática social e com ritmos característicos do Brasil: "a bossa-nova, após o período de êxito internacional (...) sofre uma ruptura brusca em sua temática, e a canção de resistência assume uma posição dominante entre seus compositores, em razão de fatores políticos que assolavam o país" (VIEIRA CESAR, 2007).
Foram valorizados o samba, o frevo, o choro, vistos como autênticos da MPB, além de sons da realidade rural, cantados por Edu Lobo e Geraldo Vandré, ou da vida popular urbana, abordada principalmente por Chico Buarque. Na tentativa de contato com as camadas populares, observam-se referências às dificuldades colocadas pela nova situação política, tanto ao nível da expressão do intelectual, quanto em relação ao cotidiano das classes populares, representadas por marias, motoristas de caminhões e violeiros.
Com o golpe de 64, as canções passaram a carregar significações ideológicas expressivas. Especialmente a partir do AI-5, falar de forma velada tornou-se necessário: lançando mão de artifícios poéticos na construção de suas letras - ironia, paródias, sátiras, metáforas, intertextualidades, os compositores deixam de lado o lirismo, passando a investir na canção de protesto como forma de posicionamento político social.
Durante a ditadura militar de 1964 alguns artistas (cantores / compositores) brasileiros foram censurados entre eles temos: Caetano Veloso, Cazuza, Chico Buarque, Geraldo Vandré, Gilberto Gil, Gonzaguinha, Legião Urbana, O Rappa, Raul Seixas, Titãs, Toquinho, Elis Regina, Kid Abelha, entre