DITADURA MILITAR NO BRASIL (1964-1985) E COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE
Fernando conseguiu anotar os acontecimentos ao longo dos anos passados na cadeia, ele utilizava vários tipos de papéis e escrevia com letras minúsculas, dessa forma conseguia esconder seus relatos dentro de uma caneta, que era trocada no dia de visita e levada por outros frades. Apesar de muitas vezes essas memórias terem que ser destruídas, Fernando levou consigo todas elas ao longo dos anos.
Tudo foi registrado, desde as torturas vistas e vividas, os sequestros, desaparecimentos, uma greve de fome de quase 40 dias e todos os fatos marcantes desse período.
O Diário de Fernando mostra-nos as artimanhas jurídicas para prejudicar os presos políticos, as barbaridades praticadas por representantes da lei, a total falta de dignidade e prevalência dos Direitos Humanos, as prisões ocorriam sem nenhuma forma de defesa e de julgamento, além dos presos sofrerem torturas e tratamento desumano e degradante.
Atualmente foi criada a Comissão Nacional da Verdade, que terá um prazo de dois anos para apurar violações aos direitos humanos ocorridas no período entre 1946 e 1988. O foco principal será apurar casos de desaparecidos políticos. De acordo com o documento Direito à Memória e à Verdade, elaborado pelo governo federal, há 150 casos de opositores do regime militar que desapareceram após serem presos ou sequestrados por agentes do Estado. Não há registro da prisão deles em nenhum tribunal ou presídio, os advogados não foram notificados e