Ditadura Da Est Tica
Cirurgias plásticas, tratamentos diversos, exercícios físicos em excesso e uma infinidade de cosméticos. Eles prometem ajudar na ‘busca pela perfeição’ e escravizam milhões de mulheres, jovens e adolescentes todos os dias. Quando isso torna-se uma obsessão, o fim pode ser trágico. Até que ponto a busca pelo corpo perfeito é válida?
O caso da dona de casa paulistana de 29 anos que morreu em junho deste ano após ser submetida a uma lipoaspiração em uma clínica de Guarulhos, não é primeiro e não será o último a acontecer. O excesso na busca pela beleza tem se mostrado um vilão para grande parte da população.
O sedutor mercado da beleza atrai, a cada dia, mais pessoas com a promessa de soluções para todo e qualquer deslize da natureza ou castigo do tempo. Além da própria satisfação, elas procuram admiração que, quando acaba, provoca uma nova procura pela reparação de suas características físicas. O processo torna-se um ciclo, uma luta incessante por padrões pré-estabelecidos.
Para a psicóloga Joana Vilhena parte da culpa pelos excessos vem da mídia. Segundo ela, a todo tempo são veiculados na televisão, em jornais e revistas estereótipos e corpos perfeitos, que acabam por impor esses modelos à sociedade.
A anorexia e a bulimia também fazem parte da lista das doenças que sofrem influência da "beleza imposta". Em ambas as patologias, o desejo de emagrecer e uma visão distorcida do corpo são características comuns.
Para a psicóloga, todo momento histórico tem suas doenças, seus sintomas sociais. Os transtornos alimentares e o horror à gordura seriam um sintoma do momento atual, uma vez que se vive em uma sociedade do espetáculo, em uma cultura de valorização da imagem. A aparência passa a representar a personalidade, o caráter da pessoa e, por isso, a maioria não quer ser excluída.
Com o desenvolvimento de técnicas de emagrecimento e o aumento do número de cirurgias plásticas, o imediatismo se sobrepôs ao sacrifício e às