ditadura ciencias politicas
Apresentar os elementos principais do pensamento dos intérpretes clássicos da formação social brasileira.
A Formação Social Brasileira
O percurso da construção da democracia no Brasil tem sido acidentado. Em nossa história não se encontram rupturas políticas fortes. As instituições democráticas continuam por consolidar-se e a incorporação da participação política dos cidadãos foi irregular, quando não, inexistente.
Houve mudanças, principalmente entre os anos 1930 e 1980, porém essas mudanças foram quase sempre advindas de uma progressiva composição de forças, onde as sucessivas restaurações de equilíbrios preexistentes prevaleceram. O “velho” foi cedendo espaço ao “novo”, sem, no entanto ser desconstruído. Nossa história não trouxe descontinuidades.
Sendo assim, assistimos a transições processuais, condicionadas por conciliações e negociações, por transações elitistas e exclusões. A sociedade civil diante da tutela do Estado, que se preocupou em intermediar interesses antigos e modernos, perdeu energia. Como consequência, assistimos a uma institucionalização precária do político, o que tem afastado o Estado do processo político pautado pelas decisões democráticas, diminuindo sua capacidade de processar demandas, tensões e contradições (NOGUEIRA, 1998).
Com o intuito de reconstruir, mesmo que de forma imperfeita, como se deu o processo de construção - ainda inconcluso - da democracia no Brasil será preciso voltar ao passado.
Ter sido colonizado por Portugal, país extremamente católico e governado por um monarca absoluto nos deixou uma herança pouco positiva no que tange a construção de uma cultura democrática. Fomos influenciados por uma cultura ibérica, alheia ao iluminismo libertário, aos direitos naturais e a liberdade individual. Aspectos comunitários da vida religiosa e política, a supremacia do todo sobre as partes, a ideia de cooperação em detrimento da de