Distúrbios hidroeletrolíticos
Os distúrbios hidroeletrolíticos constituem-se ventos extremamente comuns na prática médica pediátrica, principalmente em situações de emergência, quando, dependendo da magnitude, podem representar risco de vida ou de sequelas para o paciente. A desidratação, independentemente da etiologia, tem sua importância definida pela intensidade das perdas líquidas (1º, 2º e 3º graus) e pela proporção de perdas salinas em relação à perda de água (isotônica, hipotônica e hipertônica), devendo ser corretamente caracterizada, de modo a orientar um trabalho adequado. Os distúrbios do sódio caracterizam-se, principalmente, pelo risco de comprometimento do sistema nervoso central, e os distúrbios do potássio, pelo risco de arritmias cardíacas, merecendo sempre atenção especial e tratamento cuidadoso. Já os distúrbios do cálcio, magnésio e fósforo estão mais relacionados ao comprometimento da função neuromuscular e, embora menos ameaçadores, precisam ser adequadamente reconhecidos e tratados.
DEISDRATAÇÃO (Distúrbio da água)
1. CONCEITO
A desidratação consiste na perda de água e eletrólitos, importantes para a manutenção do equilíbrio do organismo. Essa perda é desencadeada por fatores como diarreia, poliúria (em casos de diabetes ou insuficiência renal crônica), vômitos e febre (para cada grau maior que 37º C, perde-se de 75 a 95 ml/m/h). Mas a diarreia aguda, sobretudo a do tipo secretória, é a causa principal da desidratação nos países de terceiro mundo.
Os fatores que predispõem à desidratação e favorecem sua manifestação são: a pouca idade, a constituição anatômica e fisiológica da criança, a desnutrição, o clima quente (no verão, os insetos são vetores de infecção e a sudorese é mais intensa), as condições habitacionais (saneamento básico) e de higiene.
2. INCIDÊNCIA
A criança é mais suscetível à desidratação porque tem um volume de água, em proporção ao peso corporal, maior do que o adulto. Por isso, seu organismo sente mais quando há perda de