Distúrbios de aprendizagem
Sabe-se que nunca há uma causa única para o fracasso escolar, mas sim uma conjunção de fatores que interagem uns com os outros, que imobilizam o desenvolvimento do sujeito e do sistema familiar, num determinado momento. Dentre estes fatores temos os chamados distúrbios ou dificuldades de aprendizagem.
A origem da categoria das dificuldades de aprendizagem, como hoje é conhecida, desenvolveu-se a partir do conceito de “criança com lesão cerebral”, formulada por Alfred Strauss (neuropsiquiatra) e Henz Werner ( psicólogo especializado em psicologia comparada e do desenvolvimento), quando trabalharam juntos.
Eles tentaram estabelecer diferenças entre crianças com retardo mental endógeno( genéticos na maioria), e exógenos ( com lesões cerebrais na maior parte). Perceberam que a maioria das crianças que apresentavam dificuldades na aprendizagem, apresentavam sintomas comportamentais de crianças com lesão cerebral mínima e que incluíam os seguintes componentes: distúrbios perceptuais, perseveração, dispersividade, distúrbios conceituais e do pensamento, distúrbios motores – em especial hiperatividade e desajeitamento. Mais tarde esses componentes foram ampliados, subdivididos e tornados mais específicos, mas até hoje constituem o núcleo das principais características comportamentais de crianças com dificuldade de aprendizagem. Podemos dizer que dificuldades de aprendizagem é um termo genérico que se refere a um grupo heterogêneo de desordens, manifestadas por dificuldade na aquisição e no uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas.
Essas desordens são intrínsecas ao sujeito, presumidamente, devido a uma disfunção no sistema nervoso central, podendo ocorrer apenas por um período de vida. As dificuldades de aprendizagem de origem orgânica, podem ser bastante definidas e claras, levando-nos a supor que a área emocional e o ambiente familiar tiveram pouco ou nenhuma participação no seu aparecimento e determinação. Seria