Distorções no Mundo Moderno e contemporâneo acerca da Idade Antiga
Há quem considere normal ao ser humano a distorção de fatos e ações para benefício próprio. Seja para provar um ponto, ganhar uma discussão, ou para ganhar algum prêmio quem sabe. Ao longo da história podemos ver vários exemplos disso: apropriações de discursos, criações de “verdades” históricas, busca por uma hereditariedade distante que às vezes nem existe. Atualmente por exemplo, vemos a juventude se apropriando das ideologias das gerações passadas e deturpando-as com anacronismos vazios, como um modo de conquistarem seu lugar na História, como forma de justificar suas ações e suas rebeldias. Mas nem sempre essa apropriação e distorção tem a diferença cronológica de apenas uma ou alguma gerações. Nos anos 1930-40, os nazistas subiram ao poder e criaram o que chamaram de III Reich (Ou 3º Império). Sendo eles herdeiros, na ideologia deles, do Sacro Império Romano (I Reich). Porém, nessa mesma época não apenas os nazistas buscaram na antigüidade uma explicação para a “superioridade racial”. Os franceses, sob o regime de Vichy também se diziam herdeiros de povos antigos: os Gauleses. O objetivo deste trabalho é apresentar essa apropriação com foco na visão dos franceses contemporâneos sobre os gauleses para finalmente se ater à comparação da visão dos romanos e desses franceses sobre esse importantíssimo povo antigo. A fonte utilizada é a narrativa feita pelo Imperador Romano Julio Cesar acerca da Guerra Da Gália, da qual saiu vencedor. (Maiores detalhes serão apresentados na descrição da fonte). A comparação será feita a partir dos excelentes estudos do Prof. Dr. Glaydson José da Silva, acerca justamente da questão das “Apropriações da Antigüidade sob o Regime de Vichy.” (SILVA, Título).
Apresentação de Fonte e Obra
De Bello Gallico, ou “Comentários sobre a Guerra Gálica” foi escrito pelo próprio Imperador Romano Caio Julio Cesar,