Dissertação de filosofia - maquiavel
Disciplina: Filosofia – Prof. William
Discente: José Alfredo T. A. De Carvalho Código: EC 1021247
2ª avaliação de Filosofia
A Virtù, a Fortuna e a Natureza Humana na filosofia política de Maquiavel
Um dos maiores pensadores da história, fundador do pensamento e da ciência política moderna, Nicolau Maquiavel distanciou-se das tradições de sua época analisando a sociedade como ela é, e não como deveria ser. Adepto de uma visão relativista, revela-se, antes de tudo, pragmático. Política e ética, em sua concepção, estão desvinculadas. Desconsidera valores éticos que não auxiliam nos principais objetivos da política: a conquista, o controle e a manutenção do poder. “É necessário a um príncipe, para se manter, que aprenda a poder ser mau e que se valha ou deixe de valer-se disso segundo a necessidade” (Príncipe, XV). Para Maquiavel, o fracasso do indivíduo é fruto de sua própria incompetência. Uma visão perceptivelmente burguesa. Para obter sucesso todo homem deve ter Virtù (ser habilidoso), que é a disposição para fazer tudo o que for ditado pela necessidade. A concepção cíclica do autor dá uma dimensão da necessidade de utilizar a Virtù no sentido de manutenção do poder, pois sem esta habilidade ficaria o governante a mercê da Fortuna. Acredita que o maior motivo do fracasso dos governantes é o fato de não estarem preparados para as mudanças que inevitavelmente ocorrem com o passar do tempo. O agir conforme uma estrutura moral pré-estabelecida leva inevitavelmente a perda do poder. Se as circunstâncias mudam, o comportamento deve mudar. A percepção sombria e pessimista da natureza humana fica evidente no pensamento de Maquiavel em suas críticas aos Estados utópicos imaginados por outros autores. Sua ideia de natureza humana corruptível, calculista e utilitarista o leva a afirmar que o governante não deve confiar e nem mesmo demonstrar fraqueza aos súditos, pois são todos potencialmente seus rivais. A natureza