Dislexia
Cláudio Guimarães dos Santos é médico neurologista da Universidade Federal de São Paulo é especializado em recuperação neuropsicológica.
Dislexia é uma palavra que deriva do grego. “Dis” (dus) significa dificuldade e “lexis”, linguagem. Portanto, dislexia é o nome que se dá à dificuldade que algumas crianças apresentam para aprender a ler, escrever ou para compreender o texto que leem.
Geralmente os disléxicos têm dificuldade em relacionar as letras com os sons que elas representam, invertem sua posição dentro da palavra, têm dificuldade em seguir instruções e em entender enunciados. Essa desordem no aprendizado da leitura e da escrita, às vezes, é confundida com desinteresse e má vontade do aluno ou como sinal de comprometimento da inteligência, uma conclusão equivocada porque essas pessoas costumam ser inteligentes e bastante criativas.
Dislexia requer tratamento multidisciplinar. O diagnóstico precoce pode evitar muitos dissabores e o comprometimento da autoestima e da socialização dessas crianças.
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
Drauzio – O que é dislexia?
Cláudio Guimarães dos Santos – Dislexia é tanto o nome de um sintoma, como o de uma síndrome e, talvez, o de uma doença. Como sintoma, designa a dificuldade para ler e pode acometer tanto a criança quanto o adulto ou o idoso. Evidentemente, o indivíduo que é cego ou tem miopia não corrigida e não consegue ler, não é disléxico; tem problemas visuais, sensoriais.
Como síndrome, a dislexia faz parte de uma série de situações deficitárias que podem ser decorrentes de lesões adquiridas ou de desenvolvimento, daí a divisão entre dislexias adquiridas e dislexias de desenvolvimento. As adquiridas acompanham lesões encefálicas, como o acidente vascular cerebral (AVC) ou traumas, e o paciente apresenta dificuldade de leitura que pode ser pura, a chamada alexia sem grafia, ou pode ser acompanhada, por exemplo, de quadros afásicos, de dificuldades de linguagem oral. Para fazer o diagnóstico de dislexia