DISCUSSÃO CRÍTICA: “Cidadania e direitos num mundo globalizado: algumas notas para discussão” de Marcos César Alvarez Quando se fala em globalização o que não faltam são análises que se voltam veemente contra este processo. As principais críticas que se fazem a globalização é o fato de esta, em seu desdobramento, ser injusta, pois não se realiza de uma forma universal, nem homogênea e muito menos se expande de forma igualitária. Desta forma, se a globalização não é para todos, só participaria dos seus benefícios um terço da população, causando a desigualdade. Alvarez, no artigo “Cidadania e Direitos num Mundo Globalizado”, usa essa problemática e relacionando-a com a cidadania, propõe que ela causa uma “erosão” no que se diz respeito a um certo distanciamento entre os indivíduos que irão poder usufruir dos benefícios da globalização, e o que estarão fadados a exclusão desse processo, partindo essa divisão de sua classe social. É nítido que o processo de globalização causa desigualdades, sobretudo, a nível social, mas para muitos defensores a solução não é evitar a globalização, mas sim conter os seus efeitos adversos. Edgar Morin, em A Cabeça Bem-Feita comenta: “[...]os problemas globais são cada vez mais essenciais [...] [...] todos os problemas particulares só podem ser posicionados e pensados corretamente em seus contextos; e o próprio contexto desses problemas deve ser posicionado, cada vez mais, no contexto planetário [...]”. Ou seja, devem-se tratar as particularidades, para assim globalizá-las, remediando os seus defeitos e potencializando suas virtudes. De fato, essas particularidades dentro do multiculturalismo é um dos maiores problema da globalização. Santos, em citação no artigo em questão, propõe que só poderiam existir direitos humanos globais se eles aceitassem as particularidades desse multiculturalismo, como já foi proposto. [2: MORIN, Edgar. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento; 8. ed. Rio de Janeiro:Bertrand Brasil,