Discurso sobre a servidão voluntária
ÉTIENNE DE LA BOÉTIE: (Sarlat, 1 de Novembro de 1530 - Germignan, 18 de Agosto de 1563) foi um humanista e filósofo francês, contemporâneo e amigo de Michel de Montaigne. Étienne, além de traduzir Xenofonte e Plutarco - lembrando que as traduções de obras clássicas greco-romanas eram comuns entre os estudantes da época, também escreveu a sua obra mais famosa, intitulada Discurso sobre a Servidão Voluntária, no século XVI, depois da derrota do povo francês contra o exército e fiscais do rei, que estabeleceram um novo imposto sobre o sal. GÊNERO - Discurso escrito em primeira pessoa, em que o autor faz vários questionamentos a seus interlocutores. Para cada pergunta pode apresentar uma resposta ou um novo questionamento. A linguagem é simples e de fácil compreensão. Faz uso de intertextos para fortalecer seus argumentos.
COMENTÁRIO SOBRE A OBRA O livro de La Boétie trata de temas como tirania, governo, poder, servidão e amizade. Embora escrito no século XVI, este texto é extremamente atual, na medida em que trata das relações de poder entre os homens. Ele não combate um tirano, mas todos os tiranos, ampliando ao mesmo tempo o conceito de tirano, associando-o ao rei, ao presidente, ao governante. Entre muitos pontos importantes e relevantes presentes no Discurso, ressalta-se: • A ilegitimidade que ele atribui ao poder que um só homem exerce sobre os outros Vistas bem as coisas, não há infelicidade maior do que estar sujeito a um chefe; nunca se pode confiar na bondade dele e só dele depende o ser mau quando assim lhe aprouver. Ter vários amos é ter outros tantos motivos para se ser extremamente desgraçado. • A preferência pela república em detrimento da monarquia. A minha intenção é antes interrogar-me sobre o lugar que à monarquia cabe, se algum lhe cabe, entre as mais formas de governar. Porque não é fácil admitir que o governo de um só tenha a preocupação da coisa