Discurso eletrônico e o internetês
O chamado letramento digital, que surgiu com as novas tecnologias, vem promovendo um uso intenso da escrita por força até das características do meio eletrônico utilizado. Com isso “nossa sociedade parece tornar-se ‘textualizada’, isto é , passar para o plano da escrita” (MARCUSCHI, 2005, p. 15)
Sobre a escrita nos discursos eletrônicos, crystal (apud MARCUSCHI, 2005, p. 19) menciona três aspectos que devem ser verificados quando estamos falando da linguagem da internet e sobre o efeito da internet em nossa linguagem:
• Do ponto de vista dos usos da linguagem: temos uma pontuação minimalista, uma ortografia um tanto bizarra, abundância de siglas, abreviaturas nada convencionais, estrutura frasais pouco ortodoxas e uma escrita semialfabética.
• Do ponto de vista da natureza enunciativa dessa linguagem: integra-se mais semioses do que usualmente, tendo em vista a natureza do meio com a participação mais intensa e menos pessoal surgindo a hiperpessoalidade; e
• Do ponto de vista dos gêneros realizados: a internet transmuta de maneira bastante complexa, gêneros existentes, desenvolve alguns realmente novos e mescla vários outros
DAVIS & BREWER(1997), JONSSON (1997) e LUNDSTROM (1995) apresentam considerações bastante interessantes sobre o discurso eletrônico, tanto no tocante à suas manifestações na comunicação assíncrona quanto na comunicação sincrônica.
O discurso eletrônico na comunicação assíncrona. No tocante à comunicação através do e-mail, JONSSON (1997) aponta para a amplitude de possibilidades estilísticas ofertadas por este meio. Por tratar-se de um dispositivo de comunicação assíncrona, ou seja, que não implica a simultaneidade de composição, envio e recepção, as mensagens por e-mail podem ter sido geradas nas mesmas condições de elaboração que um texto altamente formal, com razoável nível de planejamento e elaboração. Assim, JONSSON (1997) parece sugerir que, a princípio, o e-mail não necessariamente delimita qualquer