Discurso do método
A distância entre a polis imaginária e a realidade era percebível até mesmo durante a época clássica, caracterizada pelo ápice da cidade estado. Almejava-se um Estado onde todos vivessem em harmonia, onde houvesse ausência de diferenças socioeconômicas, onde a independência política existisse, enfim um Estado ideal. A realidade que se reflete, porém, é oposta. Nela, evidencia-se uma cidade ameaçada inclusive por conflitos de caráter sociais e políticos, levando-nos a supor a existência das diferenças econômicas. Assim, o modelo da sonhada polis ideal é traçada por Platão na obra A República, criada para não viver os problemas então presentes na realidade, firmando, para tanto, suas bases nos princípios da temperança, justiça, magnanimidade entre outras virtudes, a fim de torná-las transparentes nas diversas modalidades sociais. Logo, o livro III da referida obra, atém-se, sobretudo, a Paidéia do guardião, situando-a como modelo de formação, além de expor simultaneamente, a questão da expulsão dos artistas da cidade perfeita. Para Platão, o jovem deve educar-se acerca da temperança. È necessário que a razão se faça presente nesta formação. No entanto, a educação inicialmente considera o contato com a parte da música referente ao contato e à melodia e a outra parte dela, própria dos gêneros narrativos que se dividem em três partes: a primeira meramente imitativa que compete à tragédia e a comédia; a segunda escrita em nome do próprio poeta e a terceira compreende-se entre as anteriores, sendo utilizada em vários poemas inclusive na epopéia. Mas no discorrer do diálogo, Platão aborda questionamentos em torno das narrativas de cunho imitativo. Seria verdadeiramente o começo da análise em face da conveniência dos guerreiros serem sábios na arte de imitar e da reflexão em meio à importância do artista na cidade.
Primeiramente, pode o Homem imitar várias coisas? Não, pois ninguém exerce com sucesso mais de