Discurso do Metodo
Professor Arnaldo Paulo Mendes
Case da Floricultura do Sr. Antônio
1. Introdução
O Sr. Antônio é um comerciante experiente, com mais de 50 anos de vida profissional como dono de floricultura, iniciados nos anos 1960, quando o Rio de Janeiro ainda se sentia a capital da República, e havia por aqui muitos reflexos da então recém-mudada estrutura federal, como sedes de estatais,
Ministérios ainda em fase de mudança. Os altos funcionários dessa burocracia estatal formavam grande parte da classe média alta, além de funcionários de uma indústria, àquela altura mais importante para a economia nacional do que provavelmente nos dias de hoje. Os serviços e o comércio da antiga capital sempre foram predominantes entre os setores econômicos.
Nesse ambiente, havia uma vida social intensa nas altas rodas e as famílias mais abastadas tinham o costume de fazer frequentes recepções e promover festas e jantares, onde era habitual presentear-se com flores, tanto no momento do evento como depois da data, como forma de agradecimento. Além disso, as próprias recepções demandavam decorações dos ambientes com arranjos florais exclusivamente desenvolvidos.
Na tradição do mercado florista, da primeira metade do século XX, havia algumas lojas de origem germânica que emprestavam uma atmosfera de extremo profissionalismo ao ramo. Para que se tenha uma ideia, os atendentes e mesmo os oficiais floristas trabalhavam de camisa social e gravata por baixo de um jaleco impecável. As vitrines eram cuidadosamente organizadas e limpas. As flores e plantas eram tratadas com conhecimento especializado para que pudessem manter por mais tempo a sua aparência e frescor, em tempos em que a tecnologia ainda não estava avançada em termos de condicionadores de ar.
A produção das flores no mercado carioca foi desenvolvida em grande parte na região serrana, também sob a influência dos alemães.
Quando nosso amigo Sr. Antônio entrou nesse ramo, vindo de