Direitos humanos
Gilson Nogueira foi brutalmente chacinado na entrada de sua residência, na madrugada do dia 20 de outubro de 1996, aproximadamente às 12:20, no município de Macaíba, região metropolitana de Natal, Rio Grande do Norte, por 03 (três) homens, que detonaram cerca de 17 (dezessete) tiros de fuzil, dos quais 03 (três) o atingiram, sendo um fatal, na região da cabeça da vítima. Segundo a testemunha que o acompanhava, M.V., adolescente com 17 anos de idade, os três assassinos o aguardavam em um automóvel Gol, de cor vermelha. Inicialmente, o ofuscaram com luz alta. Quando, numa tentativa desesperada de fuga, o advogado Gilson Nogueira engatou a marcha-ré do seu carro, foi mortalmente atingido na fronte esquerda por um dos vários tiros disparados em sua direção. Nogueira era advogado de diversas vítimas de violência Policial (principalmente da Chacina de Mãe Luiza) e assistente do Ministério Público nos processos que apontam a existência de um grupo de extermínio no interior da Polícia Civil do Estado do RN, comandado pelo então Secretário-Adjunto da Secretaria de Segurança Pública.Gilson Nogueira tinha apenas 32 anos, mas sua morte, não obstante tenha chocado a todos pela violência com que foi perpetrada, não se constituiu propriamente em nenhuma surpresa. Todos os que o conheciam sabiam que ele seria assassinado. Ele próprio sabia que teria morte violenta. Todas as autoridades - estaduais e federais - que vieram a ter conhecimento da sua atuação como advogado das famílias das vitimas dos "Policiais Meninos de Ouro" tinham consciência da sua morte tão anunciada. Eram tão graves as ameaças que sofria, que chegou a contar, juntamente com Luiz Gonzaga Dantas, também do CDHMP, com segurança promovida por Policiais federais, por um período de 09 (nove) meses. Entretanto, esta segurança foi abruptamente suspensa por ordem do Ministério da Justiça, sem maiores esclarecimentos, no mês de junho de 1996.
O trabalho de Gilson Nogueira de Carvalho “se concentrava justamente