Direitos humanos violados em timor leste durante o massacre que o mundo não viu
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Os abusos em matéria de direitos humanos cometidos pelas autoridades indonésias em Timor Leste entre 1975 e 1999 são bem conhecidos. Foi esta a questão que deu grande visibilidade ao problema de Timor nos vários fora internacionais. Definitivamente, os direitos humanos foram a chama que manteve viva a questão de Timor Leste no plano político internacional e que permitiram ao fim de longos anos de sofrimento e resistência reparar uma gravíssima violação do direito internacional. Durante a maior parte do período da ocupação de Timor Leste, a Indonésia era parte de apenas alguns instrumentos internacionais de proteção dos direitos humanos . No entanto, mesmo assim, encontrava-se vinculada internacionalmente, em virtude da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Carta das Nações Unidas e de regras consuetudinárias, a respeitar os direitos humanos dos timorenses, o que nunca fez, praticando antes o que se pode configurar numa longa lista de violações , muitas vezes numa escala maciça e sistemática. Execuções sumárias, desaparecimentos, deslocamentos forçados, homicídios, destruição de propriedade, tortura, tratamentos cruéis, desumanos e degradantes, violações e outras formas de violência sexual, repressão da liberdade de expressão e associação, trabalho forçado, entre outros, foram quase uma constante no território. E tudo isto na mais completa impunidade, registando-se apenas até ao momento uma instância judicial em que foi possível (embora apenas em teoria, pois a indemnização devida não foi ainda paga) obter reparação num tribunal americano pelos atos cometidos pelas autoridades indonésias, neste caso com respeito a um cidadão neozelandês morto durante o massacre de Santa Cruz em 1991 (caso Todd v. Panjaitan, Tribunal Distrital de Boston, Massachusetts, 1994)
Pela sua gravidade, a situação dos direitos humanos em Timor Leste foi o objeto central da atenção da comunidade internacional e também da atuação da diplomacia portuguesa e da resistência timorense