Direito
Se as obras de infraestrutura necessárias para a realização da Copa 2014 e Olimpíada 2016 fossem comparadas a um jogo de futebol, poderíamos dizer que os dois megaeventos darão o pontapé inicial nesses investimentos públicos e privados. A analogia se justifica porque boa parte das obras públicas essenciais para a conquista de um legado à sociedade e ao país não ficará pronta a tempo para a Copa 2014 e, muitas delas, nem mesmo para os Jogos Olímpicos de 2016.
"A lista de problemas relacionados à nossa deficitária infraestrutura é extensa e certamente inclui diversos outros setores. Mas o mais importante é que a Copa 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 deram, no mínimo, o impulso inicial para alavancar os investimentos em obras de mobilidade urbana, aeroportos, saneamento e infraestrutura hoteleira, entre outras áreas"
Copa 2014 e Olimpíadas 2016: um legado de mitos
Está longe de ser unanimidade a ideia de que os megaeventos esportivos são capazes de inaugurar uma era de prosperidade nas cidades onde são realizados. Na verdade, em vez de desenvolvimento socioeconômico, eles estariam produzindo cidades desiguais, na avaliação do professor Adauto Cardoso, pesquisador do INCT Observatório das Metrópoles. Em entrevista para o Boletim UFRJ Plural, ele aponta alguns dos impactos sociais negativos derivados dos investimentos em curso no Rio de Janeiro: entre eles, a expulsão da população de baixa renda de suas moradias e a apropriação privada dos fundos públicos – “o caso do Maracanã é exemplar”, destaca.
Segundo Adauto Cardoso, o Rio de Janeiro seria a prova de que os investimentos para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 vão deixar um legado muito mais para o capital do que para a população. O professor afirma que as cidades atuam, hoje, buscando valorizar os seus pontos fortes com o fim único de atrair grandes negócios. "Produzir justiça social e