Direito
A compra, baseada até então, nas necessidades do indivíduo, foi sendo substituída gradativamente pela compra por impulso, pela compra de ocasião, pelo preço baixo, pela pechincha, pelas liquidações - justificativas não faltavam para esses excessos. Assim, com a mídia mostrando que só quem consumisse estaria up e in, o número de consumidores foi aumentando, apoiado por uma legião de celebridades, formadores de opinião que passaram a inundar as revistas de circulação nacional , além das telas de tv.
Respaldados pela auto-estima elevada, esses consumidores passaram a justificar seu excesso de consumo por meio de frases feitas ("eu mereço") e a corrida desenfreada pelo TER, continua ainda hoje.
Só que, ainda mais grave que os distúrbios provenientes de tal compulsão pela compra, temos visto e observado, em camadas muito jovens da população, uma mudança perversa no desejo de ter: hoje é preciso "ter", mas ter ANTES de qualquer outra pessoa, seja do meu grupo social ou fora dele. Mais importante do que ter, é preciso ter primeiro que os outros.
Se por um lado, alguns segmentos (entre eles o da Moda),se beneficiam profundamente dessa tendência, o que tem sido observado é um descarte muito rápido dos bens adquiridos, logo substituídos por outros e por outros e outros. Mais modernos, mais caros, mais fashion, de maior tecnologia, mais rápidos, mais potentes, mais chics, mais caros...enfim, todos os adjetivos são válidos na tentativa desenfreada de, buscar fora de si mesmo, a tão sonhada