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CAPÍTULO 1 Brina MacConnell deslizou os pés dentro dos sapatos de salto de doze centímetros que pareciam gritar “beije-me o traseiro!” e amarou as pequenas tiras nos tornozelos. Os sapatos eram vermelhos e pareciam que os tinha encontrado no armário de uma puta bem vestida. Brina adorava esses sapatos que faziam com que chegasse a medir quase um metro e setenta de centímetros. Faziam que suas pernas parecessem longas e finas — algo com o que toda baixinha sonhava, e que todas as garotas altas tinham garantido. Ficou em pé e com a agilidade de uma mulher acostumada a equilibrar seu peso sobre saltos agulha e se dirigiu ao espelho. Ela colocou as mãos sobre as mariposas de seu estômago e se olhou criticamente da ponta dos pés até a escura cabeleira. O convite indicava um vestido semiformal de coquetel e o seu vermelho sem mangas era perfeito. Era simples e básico e se agarrou às curvas que ela desenvolveu depois do colegial. Seu cabelo castanho escuro, suavemente ondulado, descia até a metade de suas costas, pintou os lábios de uma profunda cor vermelha e delineou os olhos castanhos com o delineador. Tinha um aspecto dramático e um pouco exótico e a maior parte do tempo estava contente com a mulher em que se converteu. Salvo essa noite. Essa noite quando olhava a si mesma, via a pequena, lisa e mirrada adolescente a que seus companheiros chamavam “duende”. É obvio, isso só tinha acontecido quando se lembravam dela, a maior parte do tempo só a ignoravam, como se nunca tivesse