Direito
Texto 1
Estrangeirismos: “skate” ou “esqueite”?
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Um dos fatores relevantes de variedade linguística são os empréstimos vocabulares em consequência do intercâmbio cultural, político e econômico entre as nações. Em geral, os países mais poderosos acabam “exportando” para os países menos poderosos palavras que definem novos objetos e necessidades em novas áreas de conhecimento. Em princípio, não há nada de mau nesse intercâmbio vocabular, a importação de vocabulário está na essência mesmo do crescimento das línguas modernas. Por exemplo, praticamente 50% das palavras da língua inglesa são de origem latina, em decorrência da dominação do Império Romano e, mais tarde, da dominação dos normandos, embora o inglês seja uma língua não latina. [...] Modernamente, temos um exemplo fortíssimo no Brasil: o crescimento da informática entre nós acabou importando uma grande quantidade de palavras de origem inglesa para designar objetos e funções antes inexistentes. Nesse processo histórico, algumas palavras importadas “pegam” e se incorporam à língua, adaptando-se foneticamente, isto é, aos sons do português [...], e outras são substituídas. Durante um tempo, a palavra estrangeira transita “entre aspas”, até se adaptar ou ser substituída por outra. Exemplos: football adaptou-se para futebol, mas corner, de largo uso antigamente, acabou sendo substituída por escanteio. No caso da informática, já se usa salvar no lugar do inglês save (quando poderia ser usado simplesmente gravar), mas software ainda está à solta, à procura de uma solução... A palavra mouse (= camundongo), para designar o popular utensílio de amplíssimo uso nos computadores, ainda continua grafada em inglês, mas não é impossível que em pouco tempo ela esteja nos dicionários como mause, definitivamente incorporada ao nosso léxico (como o Aurélio, por