Direito
No bairro Planalto, Zona Oeste de Natal, situa-se o Leningrado. Um conjunto habitacional de muitas histórias de luta, de um povo guerreiro em que foi negada a sua dignidade. O lugar, segundo depoimentos dos próprios moradores é conhecido como “depósito de pobres”. A comunidade sofre com a ausência dos serviços públicos. Muitos a chamam do “conjunto do não têm”: não tem posto de saúde, não tem escola, não tem saneamento, não tem transporte, não tem delegacia, não tem iluminação, não tem áreas de lazer. “Não tem infra-estrutura para os moradores viverem com decência e dignidade”. Idosos e deficientes consideram o local uma verdadeira prisão. A origem do Leningrado foi marcada por muitas lutas e esperanças. A área foi ocupada por diversas famílias com o apoio do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio, Conservação e Limpeza Urbana no Estado do Rio Grande do Norte (SINDLIMP) em 8/9 de abril de 2004, o lugar “não passava de matagais e lixões”. Mesmo assim, homens e mulheres na luta por “um teto que acolhesse a sua família” ocuparam o lugar. Devido ao intenso processo de repulsão e segregação social das áreas nobres da cidade, gerado em especial pela especulação imobiliária, habitantes das diversas favelas de natal: favela do Fio, favela do Dentran, favela Via Sul, favelas de Mãe Luiza e favelas das demais localidades de Natal, convergiram anseios e esperanças em um mesmo local, na busca por melhores condições de vida, no assentamento Leningrado. O assentamento era regido de práticas solidárias, com ajuda mútua entre os membros. O “bicho de pé” fazia parte do cotidiano dessas pessoas, principalmente, em crianças. “As chuvas destruíam vários barracos”. Todavia, os moradores sentem saudades desse tempo: “a gente não pagava nada, nem água nem luz, e ainda ajudávamos uns aos outros”. Com a organização dos moradores através de movimentos populares (sobretudo o Movimento de Luta Vilas Bairros e