Direito
Exploradores.
Caso dos exploradores de cavernas.
E agora, em “Blood Money”, que inicia a reta final da série, temos novamente aquela casa representando o percurso desastroso de Walter White, mas em um flashforward mostrando sua situação alguns meses após o tempo presente (algo em torno de oito ou nove meses, como sugere uma fala de Marie). Um flashforward que nos lembra que em “Breaking Bad” as coisas não só não podem melhorar, como nada é tão ruim que não possa piorar.
É uma abertura fantástica esta, que dá continuidade ao que vimos na premiere do ano passado (Walt com nova identidade, um ano depois, voltando a Albuquerque com armamento pesado), acrescentando informações que aumentam incrivelmente a tensão pelo que está por vir: seja lá o que aconteceu, a identidade de Heisenberg é revelada ao mundo e, parece, com consequências das mais terríveis. Não há mal algum em uma série que já deixou sua marca na história, usar em sua reta final um recurso que eleva expectativas, já enormes, a níveis ainda maiores. Bela forma de dar início ao fim, que só reforça a confiança que Vince Gilligan e seus roteiristas têm na conclusão de tudo.
E como em todas as outras vezes que a série nos brindou com situações chocantes e surpreendentes, mais uma vez deram continuidade de forma não só eficaz, mas com desdobramentos inesperados: foram longos os meses que aguardamos para saber como Hank sairia daquele banheiro, e fomos recompensados com um trabalho impecável de direção (do próprio Bryan Cranston), atuação, fotografia e som. Este último, aliás, chama a atenção. Do momento em que Hank aparece até o acidente de carro, o design de som ilustra perfeitamente a confusão mental e desespero do personagem – além, claro, de Dean Norris garantindo sua indicação ao Emmy do ano que vem.
O desdobramento inesperado aqui é que Walt e Hank já se confrontam ao fim do episódio, quando podíamos imaginar um jogo de gato e rato entre os dois ainda por algum