Direito

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Sincretismo (sociologia)

A palavra sincretismo significa, etimologicamente, "frente unida dos cretenses", simbolizando o cordo que os cidadãos de Creta concretizaram perante as ameaças de um inimigo exterior e a unidade de uma ilha fortemente diferenciada, política e culturalmente, com a absorção de vagas sucessivas de emigrantes. No Renascimento, a palavra passou a significar a fusão entre tendências opostas, principalmente na época das guerras da religião. Já nessa altura, mas sobretudo a partir do século XIX, o conceito assumiu um significado negativo de degenerescência das religiões universais, incapazes de manter o rigorismo dos seus elementos originais e constitutivos. Mais recentemente, a antropologia afro-americana apoderou-se do termo para qualificar o sistema de misturas entre religiões autóctones e religiões universalistas, como o Cristianismo e o Islão, ou seja, a resistência simbólica que religiões expatriadas e subjugadas ofereceram a uma religião dominante.

A despeito das inúmeras interpretações, o sincretismo permanece um fenómeno universal que atingiu tanto as religiões dominadoras como as dominadas. Os apologistas do sincretismo têm, certamente, razão frente aos seus detratores. Nenhuma religião ou cultura na qual aquela se inscreve é capaz de repetir, eternamente e sob forma estereotipada, o seu modo de produção originário. Uma religião é, antes de mais, um ponto de referência que evolui com o tempo, que é permanentemente reatualizada pelos mitos e ritos, que admite contributos exógenos e a fusão de elementos díspares. Assim, o "multiculturalismo" parece ser uma noção bem mais adequada para apreender o sincretismo do que o dogmatismo. Aliás, basta recordar que os defensores da pureza das instituições embateram sempre naquilo que a experiência nos ensinou e acabaram por sucumbir à violência.

É o caso do nazismo, que pretendia redescobrir o arianismo original encoberto, dissimulado e contaminado pelas sedimentações cristãs. O Cristianismo

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