Direito a vida
As discussões sobre o direito à própria morte estão na ordem do dia, motivadas por histórias recentemente premiadas com o Oscar - Menina de Ouro, melhor filme de 2004, e o espanhol Mar Adentro, melhor filme estrangeiro. Longe dos estúdios, as famílias se dividem e travam batalhas legais quanto à sobrevivência de pacientes que há décadas se encontram em estado vegetativo. A reportagem "A Terrível Escolha" traz mais elementos para a polêmica, abordando o drama de pais que decidem pela morte de bebês que nasceram doentes demais para a vida. Todos esses casos remetem à existência como uma dádiva divina, segundo as concepções judaico-cristãs. Mas é possível pensar a questão em outro referencial? O indivíduo pode optar pela própria morte? Os pais têm o direito de tomar essa decisão em nome dos filhos? Use o texto de VEJA como base para discutir com os estudantes essas questões, cada vez mais controversas e atuais.
Atividades
Ressalte que, paradoxalmente, a atualidade da discussão da eutanásia está em boa medida associada às sucessivas vitórias que a medicina vem obtendo na luta contra a morte. Crianças, adultos e idosos que em outras décadas morreriam com rapidez são hoje mantidos com vida por longos períodos, embora à custa de muito sofrimento. Além disso, os exames pré-natais detectam com grande precisão males genéticos incontornáveis, doenças incuráveis que vão causar grande dor e angústia ao bebê após o parto. O texto de VEJA menciona a situação de famílias colocadas diante de realidades desse gênero. E em outros tempos o que elas podiam fazer? Pergunte até que ponto os avanços da medicina constituem, por si sós, um quadro que exige modificações nas premissas éticas tradicionais e também nos desdobramentos jurídicos. Afinal, uma consciência maior sobre a vida talvez implique condições diferentes para tomar decisões.
O direito à vida é um dos princípios básicos da tradição cristã