Educação infantil e desempenho "O ensino infantil de qualidade pode aumentar a eficiência escolar e reduzir a desigualdade social" Existe grande interesse entre pesquisadores e gestores em entender como a educação infantil pode contribuir para melhorar o desempenho escolar. A literatura acadêmica mostra que a educação infantil pode gerar vários benefícios. Por exemplo, pesquisas em neurociência mostram que o aprendizado é mais fácil na primeira infância que em estágios posteriores. A educação infantil também pode contribuir para o estímulo de certas características de comportamento e traços de personalidade, como sociabilidade, autoestima, persistência e motivação. Vários estudos mostram que essas características melhoram o desempenho educacional. Além disso, reduzem a probabilidade de envolvimento com drogas e atividades criminosas. Em razão dessas evidências, vários países têm elevado os investimentos na educação infantil e atribuído importância crescente a esse nível de ensino no sistema educacional. No Brasil, várias mudanças na legislação foram efetuadas com essa finalidade desde a década de 1990. Nesse período, a educação infantil foi incorporada ao nível da educação básica e passou a contar com uma importante fonte de financiamento, com a criação do Fundeb, em 2007. Além disso, a emenda constitucional 59/2009 estabeleceu a obrigatoriedade do ensino para todas as crianças a partir de quatro anos. Um estudo recente da Fundação Carlos Chagas mostrou, porém, que a qualidade da educação infantil no Brasil é muito baixa. A pesquisa avaliou a qualidade do ensino infantil em Belém, em Campo Grande, em Florianópolis, em Fortaleza, no Rio de Janeiro e em Teresina. Tanto na creche como na pré-escola, a média geral foi um pouco acima de 3, correspondente ao nível básico, em uma escala na qual o menor nível era inadequado (pontuação entre 1 e 3) e o nível máximo era excelente (8,5 a 10). Entre as áreas avaliadas, as atividades desenvolvidas com as crianças tiveram a pior