Dionélio Machado
Dionélio era filho de Sylvio Rodrigues Machado e de Elvira Tubino Machado. Ainda criança, seu pai foi assassinado, acontecimento que lhe marcaria para sempre a existência. Com apenas oito anos, vendia bilhetes de loteria para ajudar no sustento da família.
A pobreza familiar não o impediu de continuar estudando. Dyonélio dava aulas para os meninos das classes mais atrasadas e, em troca, ele e seu irmão podiam estudar sem pagar a matrícula da escola. Aos doze anos, trabalhava como servente no semanário O Quaraí, onde começou a se entrosar com a intelectualidade local. Veio daí, provavelmente, o gosto pelo jornalismo, que o acompanharia pelo resto da vida. Lá mesmo, em Quaraí, fundou, por volta de 1911, o jornal O Martelo, nome sugestivo e que já demonstrava o seu interesse pelo comunismo.
De 1924 a 1929, dedicou-se ao estudo da Medicina, em Porto Alegre. Fez especialização em psiquiatria no Rio de Janeiro, junto com Antônio Austregésilo. Foi um dos principais responsáveis pela divulgação da psicanálise no Rio Grande do Sul. A medicina foi sua atividade mais constante ao longo da vida e, mais que isso, foi o seu ganha-pão, além de uma paixão que muitas vezes se infiltrava em sua literatura.
Em 1934 traduziu a obra Elementos de Psicanálise de Edoardo Weiss, leitura obrigatória na introdução à psicanálise. Nessa época, já aplicava seus conhecimentos psicanalíticos para o tratamento de doentes psiquiátricos.
Com o interesse crescente pelo jornalismo e pela literatura, começou a frequentar o círculo de Porto Alegre conhecido como "a turma da Praça da Harmonia", dos quais faziam parte o também médico Celestino Prunes, Eduardo Guimarães, Alceu Wamosy e Almir Alves.
A militância política tornou-se uma extensão de suas atividades como médico e escritor. Membro dedicado do Partido