Dima Rousseff
Dilma Rousseff recebeu o relatório das mãos do presidente da comissão, Pedro Dallari, durante uma cerimônia no Palácio do Planalto. Foram entregues três volumes, com mais de duas mil páginas.
"Estou certa que os trabalhos produzidos pela comissão resultam do seu esforço para atingir seus três objetivos mais importantes: a procura da verdade factual, o respeito à memória histórica e o estímulo. Por isso, a reconciliação do país consigo mesmo por meio da informação e do conhecimento. O Brasil merecia a verdade. Que as novas gerações mereciam a verdade. E sobretudo, mereciam a verdade aqueles que perderam familiares, parentes, amigos, companheiros e que continuam sofrendo, como se eles morressem de novo e sempre a cada dia”, disse emocionada a presidente, que foi presa e torturada durante a ditadura.
O trabalho da Comissão da Verdade é resultado de dois anos e sete meses de pesquisa e concluiu que a tortura foi adotada para coleta de informações e foi a essência do sistema de repressão do Regime Militar. Os integrantes tomaram como base testemunhos, documentos e novas perícias.
Foram identificados 230 locais em todo país onde houve violação de direitos humanos, como tortura, assassinato, desaparecimento forçado e ocultação de cadáver. O relatório apontou 434 pessoas mortas ou desaparecidas, entre 1964 e 1985. Apontou também os responsáveis pela violação dos direitos humanos: o Estado, os militares e nominou 377 pessoas que teriam cometido as violações.
A Comissão da Verdade esclareceu pontos ainda duvidosos da história recente brasileira: confirmou que a morte de JK foi um acidente e não premeditada e que Vladimir Herzog não se suicidou, e sim foi assassinado.
A comissão fez também recomendações ao Governo, entre elas o reconhecimento pelas Forças Armadas da sua