Dilma
Nos transportes, é o efeito da alta da gasolina e da volta da Cide, mas, em fevereiro, foi principalmente aumento de ônibus em todas as cidades pesquisadas. Há dois anos, o então ministro da Fazenda Guido Mantega ligou para prefeitos e governadores pedindo para que eles não reajustassem as tarifas de transporte público. Queria evitar que a inflação do mês de janeiro fosse alta demais. Em junho de 2013, no meio dos protestos, o governo segurou os pedágios nas rodovias federais.
Preço que é contido em um momento aparece em outro. A gasolina e o diesel foram mantidos com preços abaixo do que a Petrobras pagava no mercado internacional. Agora, quando cai a cotação lá fora, os combustíveis sobem aqui dentro. A consequência se viu ontem nas estradas: os caminhoneiros pararam rodovias em oito estados protestando contra o aumento do diesel e a alta dos pedágios. Além disso, o frete, o que eles recebem, não subiu. A paralisação em si já provoca efeitos econômicos. Há cidades desabastecidas e preços subindo. Isso produzirá mais inflação.
Há aumentos que acontecem num período do ano, como o do item educação, o que mais subiu no IPCA-15 de fevereiro. Há outros que vão incomodar o ano inteiro, como a energia. Além dos 29,5% de alta nos últimos 12 meses, o item vai continuar subindo pelos reajustes nas datas de cada concessionária e elevações extraordinárias que estão previstas. Vão subir porque o governo derrubou o preço artificialmente, desequilibrou as empresas financeiramente, deixou que elas pegassem empréstimos para serem cobrados do consumidor. É isso que fará o item habitação ficar alto o ano inteiro.