dificuldades
Sonia Maria Gomes de Sá Küster
Pedagoga, Psicopedagoga
Antes de enfocarmos a dificuldade, se faz necessário falar sobre o processo de aprendizagem. Como este processo acontece ? Quando e por que surgem as dificuldades? A que estão relacionadas? Enfim, sem conhecermos este processo, fica difícil detectarmos a dificuldade propriamente dita.
De acordo com a Epistemologia Convergente, proposta por Jorge Visca, o ser humano aprende ininterruptamente do seu nascimento em diante.
Visto que esta teoria fundamenta-se na assimilação recíproca das contribuições das escolas piagetianas, psicoanalíticas e da psicologia social, podemos dizer que a aprendizagem é uma variável dependente dos aspectos afetivos, cognitivos e sociais que acontecem simultaneamente em virtude de um processo de retroalimentação constante.
Visca salienta a importância da protoaprendizagem (primeiro nível de aprendizagem) para o posterior desenvolvimento, uma vez que neste nível o aprendiz configura uma pré-condição para o nível seguinte. Este “nível de aprendizagem é construído em virtude da interação entre a organização biológica do bebê e a mãe ou quem cumpre este papel, vale dizer, o agente maternante” (Visca, 1999).
Esta relação com o agente maternante é influenciada pelo meio, constituído pelo pai, irmãos, avós, ... como também pelas experiências vivenciais que o aprendiz contactua. Pode-se concluir que a protoaprendizagem se prolonga até aproximadamente 2 anos de idade, quando o aprendiz termina a conduta puramente motriz e começa a função simbólica ou semiótica, caracterizada pela capacidade de representação de objetos e eventos.
O segundo nível de aprendizagem por que passa o aprendiz é denominado deuteroaprendizagem, caracterizado pela interação e trocas de experiências alcançadas no nível da protoaprendizagem e o meio familiar. Inicia-se no momento em começa a função simbólica caracterizada pelas cinco condutas descritas por Piaget: imitação diferida,