Dificuldades de aprendizagem
Considerando-se que a educação especial tem se desenvolvido como trabalho pedagógico de natureza compensatória, muito calcado ainda, no modelo clínico, entendem-se as críticas que os inúmeros autores fazem à terminologia- alunos com distúrbios de aprendizagem. Apesar dessas reflexões, há que se levar em conta uma outra tão preocupante quanto o considerar a criança portadora de uma patologia (doença) que lhe provoca o distúrbio (e, consequentemente a rejeição. Trata-se de desconhecer os aspectos orgânicos principalmente os neurológicos implícitos no processo de aprendizagem e apenas examiná-lo do ponto de vista político e social. Tanto é perverso atribuir somente à criança a “culpa” de seus insucessos na aprendizagem, isentando os educadores, quanto o é negar que possa ter ela própria algumas dificuldades que precisam ser atendidas nas escolas de ensino regular. A menção às respostas educativas da escola contém uma referência implícita. Trata-se da garantia do processo de aprendizagem a todos os alunos, respeitando-os em suas múltiplas diferenças quando comparados aos seus pares e a si mesmos, ao longo do desenvolvimento. No processo de aprendizagem de qualquer indivíduo coincidem um momento histórico, um organismo, uma etapa genética da inteligência e um sujeito. Um sujeito que também é histórico. O processo de aprendizagem deve ser examinado nas dimensões biológica, cognitiva e social. Sob o enfoque biológico, podem-se considerar os componentes orgânicos, em suas estruturas e funcionalidades; na dimensão cognitiva, os aspectos psicológicos que interferem decisivamente na aprendizagem (percepção, memória, atenção, motivação, etc.; e na dimensão social, os componentes políticos e culturais que influem e que sofrem a influência do produto da aprendizagem. Mesmo os autores que privilegiam os aspectos orgânicos afirmam que as