Dificuldades de aprendizagem
“A alfabetização não é um jogo de palavras; é a consciência reflexiva da cultura, a reconstrução crítica do mundo humano, a abertura de novos caminhos (...) A alfabetização, portanto, é toda a pedagogia: aprender a ler é aprender a dizer a sua palavra” (FREIRE, 1985: 14).
1 APRESENTAÇÃO
Este artigo pretende focar, dentro da ampla questão que é a aprendizagem humana, alguns aspectos das dificuldades de aprendizagem (DA), geradores de controvérsias e incansáveis pesquisas no campo da investigação do fracasso escolar.
A educação [enquanto processo social e individual] representa uma das condições fundamentais para que o homem se constitua como ser humanizado e humanizador. A criança com insucesso escolar transporta uma extensa carga de frustração, que se reflete na família, no professor e no grupo dos seus companheiros. Por isso, é necessário que o educador compreenda a questão do desempenho escolar contextualizando-o no âmbito de um processo maior, propondo o encontro entre o sujeito e a educação, e não somente no indivíduo, tampouco no processo educacional.
De acordo com a concepção construtivista, a criança elabora o seu conhecimento a partir da atribuição de um sentido próprio, genuíno das situações que vive e com as quais aprende. As capacidades de autonomia, reflexão e interação constante com os outros exercem papel primordial no processo de crescimento da criança. Nessa perspectiva, todos os que se encontram envolvidos no processo educativo participam, de forma privilegiada, do processo de humanização do sujeito: “o momento em que ele pode apropriar-se do conhecimento e fazer dele um instrumento de desenvolvimento de suas potencialidades” (MEIRA, 2000, p.67). Segundo Vitor da Fonseca (1995, p.358), “o insucesso escolar não deve ser o comportamento de sobrevivência ou de refúgio de inúmeras crianças que,