Diferença e escola
A sociedade é heterogênea, formada por pessoas com interesses e identidades diferentes. Diferenças físicas, psicológicas, sociais e culturais. Apesar desse fato, só muito recentemente, começamos a percebê-lo como um problema. Em geral, estávamos acomodados.
A sociedade (ou seja, nós) padroniza a beleza, o comportamento, a inteligência. Como grande parte da população não consegue enquadrar-se nesses padrões, surge o preconceito e a discriminação.
O preconceito não é racional, sua origem está nas emoções. Mas podemos racionalizar, ou melhor, podemos inventar razões para ele. Nesse processo de construção de estereótipos, criamos rótulos: gordo, balofo, magricela, feio, bonito, aleijado, etc.
Esse sentimento nasce da nossa admiração por nós mesmos. Amamos o nosso jeito de ser, adoramos nossa maneira de pensar. Por isso rejeitamos aqueles que são diferentes.
Mas, não basta reconhecer que existe diversidade. Devemos promover a interação das diferenças, enriquecendo a sociedade. Esse processo exige comunicação. Comunicar implica participação, pois é tornar comum alguma coisa. Para que a comunicação seja efetiva, deve-se respeitar a diversidade.
A questão não é fazer com que as pessoas pensem ou se comportem exatamente iguais, mas que consigam respeitar o jeito do "outro". A comunicação tem essa função, tornar conhecido esse "outro", procurando diminuir o desconhecimento, que é fonte de boa parte do preconceito.
A escola deve se tornar a escola da diversidade, da inclusão e da valorização do "eu" e do "nós". A escola (ou seja, nós) deve promover o respeito nos relacionamentos sociais, para que a diversidade humana seja respeitada e valorizada.
Fala-se muito que o direito a ser diferente é uma questão de cidadania. Aliás, palavra mais utilizada do que compreendida. Cidadania é o direito de participar da cidade, ser cidadão.
A escola é que tem o dever de capacitar o indivíduo para que ele se torne um cidadão. Na antiguidade, acreditava-se que