Diferentes Olhares Podemos olhar o mundo e a nós mesmo de diversas perspectivas: do mito, da religião, do senso comum, da ciência, da arte e da filosofia. Essas abordagens compreensivas da realidade não se excluem necessariamente, mas coexistem no nosso cotidiano: ao recorrer á filosofia para analisar os fundamentos de sua ciência; uma pessoa religiosa aproxima-se de Deus pela fé, mas também busca na filosofia a justificação racional da existência de Deus; o mesmo acontece com o artista, cuja percepção sensível do mundo coexiste com as demais maneiras de conhecer. No entanto, conforme a época ou lugar, pode haver variação da ênfase que se dá a alguma dessas abordagens. É o que veremos a seguir. O Mito O mito é um tipo de compreensão intuitiva da realidade. Entendemos por intuição um conhecimento imediato, que dispensa argumentos e fundamentações, Entre os povos tribais, o mito constitui uma estrutura dominante, porque acaba as de mais abordagens, fecundando todo o pensar, o agir e o valorar. Á medida que o mito deixa de ser uma compreensão abrangente do real, o conhecimento se seculariza, isto é, se torna-se predominantemente profano, “do mundo”. Pode-se então falar de um saber menos mítico e mais racional, bem como de um agir menos mágico e mais técnico, ambos pensamento e ação orientado pela experiência de vida. Caberá porém, a cada um de nós distinguir os mitos que são destrutivos daqueles outros que embalam nossos sonhos e que nos são oferecidos pela religião, pela literatura, pelos ideais políticos e que mobilizam nossas convicções mais íntimas. O Senso Comum Chamamos de senso comum o conhecimento herdado por um grupo social, cujas experiência fecundas continuam sendo levadas a efeito pelos indivíduos da comunidade. O senso comum é fragmentário, difuso ametódico e assistemático e,