Diferentes formas de representação
Da mesma forma, os historiadores da cultura e da política têm conferido importância ao papel das representações nas tendências contemporâneas da investigação histórica. Partindo do princípio de que a imagem não é apenas um simples reflexo da estrutura social, mas é uma representação das coisas que são vivenciadas e/ou imaginadas em tempo real, com poder de modificar a realidade que parece refletir; diferentes formas de representação (literárias, visuais e mentais) passaram a ser estudadas nas últimos tempos, e consubstanciadas em diversas histórias das representações: do trabalho, das mulheres, do outro.
Estas novas preocupações com o papel ativo das representações subsidiados pelos contatos interdisciplinares, ou negociações, que ocorrem sob o amplo guarda-chuva da história cultural (Peter Burke), já se fazem sentir nos estudos políticos contemporâneos, que privilegiam uma abordagem cultural. A expressão cultura política, presente nos discursos dos historiadores desde o final da década de 1980, é reveladora deste deslocamento de interesse e da necessidade de ligar os dois domínios – cultura e política -, focalizando as atitudes ou noções políticas de diferentes grupos e as maneiras pelas quais essas atitudes são instaladas. Nestes estudos, cultura política passou