Diferente, mas não desigual
A criança entre os 3 ou 4 anos de idade tem o desejo de explorar tanto o ambiente como a si mesma. Ao tocar em algumas partes do corpo, acaba descobrindo sensações de prazer na região genital. Tudo o que lhe causa prazer, tende a repetir. Aí começam os episódios de manipulação dos genitais. Não pode-se dizer que esse ato seja masturbação, pois a masturbação envolve pensamento erótico e isso a criança ainda não possui. Por isso é apenas chamado de manipulação dos genitais. Como esse ato não é aceito no ambiente social, mesmo com um forte desejo, as crianças precisam controlá-los para não infringir as regras. Quanto mais rígidas forem essas regras, mais difícil será cumpri-las e com mais frequência a criança carregará o sentimento de culpa como uma punição por não conseguir controlar. Os pais, ao reprimir de forma mais agressiva as manipulações estarão causando danos razoavelmente sérios, pois é impedida uma experiência muito importante que dá a possibilidade da criança entrar em contato com sua capacidade de produzir prazer, o que faz com que a criança tenha uma intimidade consigo mesma e isso será importante por todo o resto da vida. A maioria das queixas de adultos com falta de prazer estão relacionadas a rigidez nessa etapa, pois se a pessoa não tem intimidade e prazer com seu próprio corpo, não terá com mais ninguém. Nos portadores de deficiência, essa fase chega na puberdade. Por esse motivo, acaba sendo mais difícil na adaptação à sua nova condição corporal, pois eles começam a lidar com as curiosidades em relação ao corpo em uma fase em que os caracteres sexuais secundários e os hormônios já estão agindo muito. Na infância é mais fácil, pois a excitação se dispersa facilmente. Na adolescência já envolve a liberação de hormônios, o que necessita de um tempo maior para a dispersão. Dependendo do nível da deficiência, eles não entendem muito bem o que são essas sensações e não sabem ao certo como se manipular até atingir o