Didatica
Os sofistas eram mestres itinerantes, que cobravam por suas lições. Foram responsáveis por operar o deslocamento do interesse da Filosofia da natureza para o homem. Podemos apontar como fatores históricos responsáveis pelo surgimento dessa classe:
- crise da aristocracia;
- crescente poder do demos (povo);
- afluxo de estrangeiros;
- ampliação do comércio;
- difusão do conhecimento dos viajantes, com conseqüente comparação entre leis e costumes de lugares diferentes.
Deve-se considerar que os sofistas não são um bloco compacto em si, mas visavam às mesmas finalidades com esforços independentes. Podemos dividi-los em quatro grupos:
- Mestres da primeira geração;
- Erísticos;
- “Político-sofistas”;
- Naturalilstas.
Entre os mestres da primeira geração conta-se Protágoras, que afirmava que “o homem é a medida de todas as coisas”. Se professava mestre na arte da Antilogia (contradição), que é o método de aduzir argumentos prós e contra sobre qualquer questão, para tornar mais forte o argumento mais fraco. Para ele, ninguém nunca está no erro, mas cada um tem a sua verdade. Considera a virtude apenas como uma mera habilidade na antilogia. É um adepto do utilitarismo: o melhor é o útil, o pior é o danoso.
Górgias, também um mestre da primeira geração, tem como ponto de partida o niilismo. Para ele não existe o ser, e o nada existe. Afirmava que se o ser existisse, não seria cognoscível, e se fosse pensável, seria inexprimível.
Pródico também foi mestre na arte de discursar, e propunha uma técnica chamada sinonímia, que consistia na distinção entre os vários sinônimos e a determinação precisa de seus significados. Essa técnica chegou a exercer influência benéfica no método socrático. Teve uma interessante interpretação dos deuses: afirmava que eles eram uma hipostatização (absolutização) do útil e do vantajoso
Os sofistas erísticos eram aqueles mestres na erística, na arte da controvérsia com palavras, que tem por fim a