Didache
O Didache, também conhecido como “O Ensino dos Doze Apóstolos”, um documento datado do período entre 60 a 100 d.C., coloca a vinda de Cristo e ressurreição dos mortos como algo que ocorrerá depois do aparecimento do anticristo. Sabemos que o anticristo se revelará ao mundo na metade do período de 7 anos, ou seja, nos últimos 3 anos e meio da tribulação. Essa afirmação encontrada no Didache, datada dos primeiros anos que se seguiram à implantação da Igreja pelo Senhor à pregação de Seus apóstolos, está em perfeita sintonia com o que havia sido ensinado pelo Senhor em Mateus 24:15-31 e por Paulo em II Tessalonicenses 2:1-4.
Isso nos mostra, mais uma vez, como nossos irmãos dos primeiros séculos foram ensinados pelos apóstolos e pelo próprio Senhor. O Didache é o livro mais antigo sobrevivente da literatura cristã judaica messiânica não-canônica. Ele foi originalmente composto na língua grega provavelmente dentro de uma pequena comunidade cristã judaica. Espécie de guia prático de ensinamentos para as ekklesias, desapareceu, em sua forma original no final do século IV ou começos do século V, e foi encontrado, casualmente, pelo bispo grego Filoteu Bryennios, em 1883, numa codificação conservada primeiramente em Constantinopla e depois na biblioteca do patriarcado ortodoxo de Jerusalém.
O Didache não é uma epístola apostólica, mas uma espécie de manual para os cristãos novos convertidos, constituído de instruções provenientes diretamente dos ensinamentos de Jesus. Ao trazer detalhes práticos e ensinamentos para o dia a dia, muitas instruções do Didache devem ser entendidas sob o prisma da vida e cultura de nossos primeiros irmãos. Cremos que é um erro querer aplicar todos os seus ensinamentos para nossa realidade temporal e cultural. Porém, quando deixamos de lado as instruções práticas contidas no Didache e passamos aos ensinamentos conceituais e à crença expostos nele, podemos aprender importantes lições de como devem ser entendidas muitas questões,