Dicas de Redação
Escrever bem é dizer “mais com menos”, e não “menos com mais”. Da concisão, e não do excesso, nasce a clareza. Vale a pena meditar neste conselho de Moacyr Scliar em artigo para o “Redação Vestibular 2009”,da Editora Abril: “Aprendia ser sintético. Talvez tenhamos muita coisa a dizer num texto, mas aspessoas não têm todo o tempo do mundo para ler. Se for o caso, temos de cortar. (...) Se aquilo que a gente escreveu não está bom, o jeito é deletar – ou apagar – e começar de novo. Sempre melhora. Sempre.” Lição: dá mais trabalho dizer o essencial do que se deixar levar pela verborreia.
Seja preciso
Escrever bem é ser preciso. Afirmações genéricas podem parecer superiores, às vezes “filosóficas”, mas prejudicam o nível informativo do texto.
Expressões como “o ser humano”, a “realidade moderna” ou “os efeitos da globalização” constituem generalizações que não dizem nada sobre o segmento a que o redator quer se referir. Não custa substitui-las por noções concretas, que deixem claras as referências feitas pelo autor.
Um exemplo de generalização, e consequentemente de ineficiência expressiva, encontra-se no trecho a seguir (retirado da redação de um dos nossos alunos): “A atualidade fornece várias facilidades à vida do homem e muitas opções que desestimulam o hábito da leitura. Isso é observado com irrelevância por alguns; com significantes sequelas.”
Vejam que o parágrafo está carregado de imprecisões. O que vem a ser “a atualidade”? A que “facilidades” o estudante se refere? Quais “opções” desestimulam o hábito da leitura? Além do mais, o segundo período está obscuro devido à má ordem e à imprecisão vocabular. Outro seria o efeito se o aluno tivesse escrito, por exemplo: “A vida moderna traz ao jovem facilidades como o computador, o iPod, o MP3,que tendema desestimular o hábito da leitura. Alguns consideram