Dias De Apocalipse Capitulo 2 1
Feito pela maravilhosa Beatriz Cremonini
Devia ser algum dia de inverno, pois estava frio naquela manhã em que eu, Vitória e Igor decidimos ver o que acontecera no parque, o qual 12 dias antes foi resgatado de lá nosso amigo Doug.
Você não pode ir lá!- dissera ele antes de sairmos – Ele vai te matar!
Ele cuidou de você. - respondi, enquanto colocava um grosso casaco.
Sim, mas ele poderia ter me matado! Bia, cacete, me ouça! Mas eu já havia saído da sala de recuperação e descido as escadas para o pátio. Vitória e Igor já estavam perto dos portões. Marcus abriu-os e nós saímos depressa, enfiando nossas facas nas cabeças putrificadas deles.
Leões comem seus filhos se estiverem morrendo de fome. Tubarões comem seus próprios irmãos na barriga das mães. Bisões abandonam seus filhotes se não conseguirem acompanhar a manada. Temos até cobras que comem cobras e formigas que comem aranhas. Acho que o mundo foi feito para ser mau, afinal. A verdade é que todos vamos morrer. Ou agora, ou depois. Todos temos o mesmo fim. Eu tenho pensado nisso. Nisso e na cadeia alimentar.
Fizemos ligação direta em um carro do estacionamento e partimos para o parque. Chegando lá o deserto se encontrava a não ser pelos gemidos de eterna fome de carne, de sangue. Nos separamos em direções diferentes. Eu fui para a esquerda, em direção à “floresta” do parque. Apontei minha arma para frente, esperando que em toda aquela tensão se transformasse em uma desagradável surpresa. Porém, nada aconteceu. Nada. Nada aconteceu e nada acontecerá. E então eu ouvi um grito. Corri para a direção que havia entrado na floresta, ao mesmo tempo que Igor apareceu, já perguntando:
A vic...?
Bora.
Corremos na direção que ela foi. Vitória se encontrava em cima de um bloco (parecido com um mini prédio). Subimos as escadas para o terraço. Um homem branco, de cabelos longos e barba escura apontava duas espadas