Diario grafico
Diários Gráficos/Cadernos de Campo - um recurso pedagógico multidisciplinar
Manuela Stattmiller Galante ASPEA A designação “diário gráfico” começou a ser usada pelo professor Lagoa Henriques, pelo menos para quem frequentou a Escola de Belas Artes de Lisboa. Recentemente, o uso dos diários gráficos no sistema de ensino formal tem tido muita aplicação como modelo metodológico do ensino do desenho e do seu carácter experimentalista, com grande divulgação pelo professor Eduardo Salavisa, que fez trabalho de investigação sobre este tema e publicou posteriormente livros sobre diários gráficos e diários de viagem, a par de várias acções que tem feito no campo educativo. O diário gráfico é um bloco ou caderno de trabalho, de formato variável, que serve de suporte ao registo de informações visuais e escritas, quer estas se tratem de desenhos, pinturas, colagens, descrição de ideias ou detalhes, registo de pensamentos, histórias e tudo o que a nossa criatividade nos permita. Podemos encontrar outras designações para este tipo de suporte de registo, com carácter sistemático ou ocasional, usadas por inúmeras pessoas ligadas a diferentes profissões, com significados próprios, com diferentes funções e reflectindo experiências pluridisciplinares. Em inglês, o termo “sketchbook” é muito usado como “caderno de esboços” ou “caderno de esquissos”. O “caderno de viagem” ou “diário de viagem”, “carnet de voyage”, em francês, tem a ver com o acto de viajar, sendo que esta viagem pode ser fruto de uma experiência sensorial, cognitiva ou até mesmo uma viagem interior, entendida num sentido mais amplo e subjectivo. As designações “diário ilustrado” ou “diário visual”, “livro de artista” aplicam-se quando estão relacionadas com a obra artística em si e “caderno de campo” usa-se mais nas áreas da biologia e geologia referindo-se a desenho de campo, em inglês “fieldsketching”. (…) A proposta de trabalho para esta oficina levará os participantes a experimentarem diferentes formas