Diario de campo - martins fontes
Diário de Campo
Trabalho em Saúde e Inserção Social
Profªs: Rosilda e Sylvia Dantas
Miguel Weffort Schneider
Silva Jardim, 14 horas, numa tarde de terça-feira, 24 de abril de 2012. O ambiente familiar do campus destoa completamente dos arredores no qual está brutalmente inserido. Basta poucos passos para começar a apreender uma realidade diferente da qual o reluzente “shopping” do campus da Silva Jardim reflete. Alguns moradores de rua são conhecidos por mim, alguns de vista apenas, por estarem sempre no mesmo local, e uma mulher em específico com a qual já parei para conversar em outro dia. Sinceramente, há uma sensação, extremamente subjetiva e aparentemente inócua, que aparentemente o grupo de estudantes gera nos observadores externos. Em poucas palavras, estavam todos figurados como seres externos, completamente incapazes de interagir de modo mais próximo do que “visitantes a um zoológico” (a usar a expressão de meu colega de classe, Thiago Bechelli).
Minha primeira dúvida surgiu, ameaçando a percepção crua da realidade: Qual o valor de sair em um grupo barulhento e chamativo de estudantes, todos com caderno e caneta na mão, prontos a tomar notas do “interessante cotidiano” destas pessoas? Para mim estava claro, desde já, que não haveria interação nenhuma com os habitantes do entorno da Unidade Martins Fontes. Era uma situação esperada, mas nem por isso menos incômoda. Minha segunda dúvida surgiu após entender que a visita estaria restrita ao interior da Unidade Martins Fontes. Seria possível observar e seguir o roteiro feito em sala de aula, sendo que estávamos restritos a um ambiente apenas?
Logo ao chegar, fomos recepcionados amavelmente pelas residentes da unidade, e algo que me intrigou profundamente, foi: Onde estavam, e me questiono isso com todo o respeito e cautela, os professores designados a nos acompanhar? Por qual motivo ficaram os residentes da Unidade Martins Fontes responsáveis pela nossa “visita de