Diante da dor dos Outros - Susan Sontag
Susan Sontag
Análise crítico-reflexiva
Susan Sontag, na obra em questão, mostra-nos toda sua indignação frente ao distanciamento do ser humano em relação ao sofrimento e a dor de seu semelhante. A modernidade e o advento da tecnologia transformando o Homem num ser desprovido de emoção, da lágrima e da compaixão, características que nos humanizam e nos diferencia dos outros animais. No imediatismo do cotidiano high tech tudo se transforma em show, espetáculo, diversão.A morte, instância final de um ser, transforma-se em algo a ser apreciado, entendido não como um conceito da condição humana, mas como instante de prazer em ver o outro em sua terminalidade.
A guerra, para alguns, a mais antiga das relações internacionais, é a matéria-prima dos estudos de Susan Sontag que, ao debruçar-se sobre suas tétricas imagens, tenta entender seu contexto, não sob a ótica dos grandes grupos, mas sim sob a visão sofrida dos indivíduos que dela participam, direta ou indiretamente e que, mesmo sem querer, são suas maiores vítimas.
A obra da autora ganha ainda mais importância neste momento histórico em que o mundo todo discute a violência veiculada nos meios de comunicação, seja nos jornais e revistas impressas, programas de televisão e de rádio, internet, etc. a leitura do livro Diante da Dor dos Outros é uma viagem ao mundo fascinante e, ao mesmo tempo, aterrorizante da fotografia de guerra que tão bem conhecemos através da obra do renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado.
Susan Sontag privilegia a multiplicidade de leituras e de comportamentos possíveis perante a fotografia, e, mais especificamente, perante as imagens de guerra. Se antes, em sua obra intitulada Ensaios sobre a fotografia, acreditava que o excesso de imagens da dor e da guerra tornara o homem mais insensível, agora, com a obra Diante da dor... revê sua postura e afirma que o nível de aceitação dos horrores das imagens relaciona-se como