dialogo como pratica da liberdade
Existir, humanamente, é pronunciar o mundo, é modificá-lo. O mundo pronunciado, por sua vez, se volta problematizado aos sujeitos pronunciantes, a exigir deles novo pronunciar.
Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.
Dizer a palavra verdadeira é transformar o mundo. Ninguém pode dize-la sozinho. O diálogo é este encontro dos homens mediatizados pelo mundo.
O diálogo é uma exigência existencial, o encontro em que se solidariza o refletir e o agir dos sujeitos. Não pode reduzir-se a um ato de depositar ideias de um sujeito para o outro.
A auto-suficiência é incompatível com o diálogo. Os homens que não têm humildade ou a perdem, não podem aproximar-se do povo. Não podem ser seus companheiros de pronúncia do mundo.
Neste lugar de encontro, que é o diálogo, não há ignorantes absolutos, nem sábios absolutos: há homens que, juntos, buscam saber mais. Não posso dialogar se me sinto superior, se quero impor a minha verdade. A proposta de diálogo é expor o meu ponto de vista e respeitar o ponto de vista do outro, para isso é preciso humildade, é preciso amor, compromisso amoroso e dialógico. O opressor é aquele que não permite a pronuncia do mundo por alguém que tenha um modo diferente do seu, de enxergar o mundo, por esse motivo torna-se impossível o diálogo entre os que querem a pronuncia do mundo e os que não a querem.
O dialogo só se faz numa relação horizontal em que a confiança é consequência mutua. Essa confiança não existe numa concepção bancária da educação.
Não há dialogo verdadeiro se não há nos sujeitos um pensar crítico verdadeiro. Sem ele, não há comunicação e sem esta, não haverá a verdadeira educação. Para o educador comprometido com os educandos e sua realidade o conteúdo programático não é uma doação ou imposição, mas é aquele que acredita que o programa só tem sentido se partir dos objetos e das vivências do mundo pessoas envolvidas no processo, e que a