Dialogismo nas redes sociais
O conceito de dialogismo foi elaborado pelo lingüísta russo Mikhail Bakhtin, que o explica como o mecanismo de interação textual muito comum na polifonia, processo no qual um texto revela a existência de outras obras em seu interior, as quais lhe causam inspiração ou algum influxo.
O dialogismo está presente tanto nas obras impressas como na própria leitura, esferas nas quais o discurso não é observado em um contexto de incomunicabilidade, mas sim em constante ação recíproca com textos semelhantes e/ou imediatos. Este elemento aparece quando se instaura um processo de recepção e percepção de um enunciado, que preenche um espaço pertencente igualmente ao locutor e ao locutário.
Assim, os participantes de uma conversação elaboram um fluxo dialógico ao posicionarem o ato da linguagem em uma interação frente a frente. Bakhtin acredita que o diálogo engloba qualquer transmissão oral, de toda espécie. Este conceito é praticamente a alma de sua teoria lingüística.
Um dos principais conceitos propostos pelos pensadores do Círculo Bakhtiniano e facilmente percebido no mundo das redes sociais é o de vozes.
Dialogismo nas redes sociais
Nas redes sociais encontramos além de uma nova forma de interação e socialização, o dialogismo.
“Deixe um scrap no meu Orkut”, ”Me adiciona no facebook” ou “Siga meu twitter!”. Essas sentenças ainda são estranhas para muitas pessoas, mas não para 74% dos usuários de internet no Brasil. De acordo com o instituto Ibope Nielsen Online, concluída em fevereiro deste ano, 26,9 milhões de brasileiros possuem perfis em ao menos uma rede social. Um fenômeno que chegou silenciosamente e já transformou a dinâmica dos relacionamentos interpessoais e, inclusive, dos negócios. O uso de redes de conexões é antigo e remonta os primórdios da história da humanidade, já que as redes de relacionamento de grupos específicos existem a milhares de anos. O interessante é que somente agora com inserção das ferramentas digitais é que esse