Dialeto Caipira
Pode-se definir como lingüística o estudo científico da língua humana. Os lingüistas procuram estudar o que as pessoas fazem nos seus esforços para se comunicar usando a linguagem.
Uma subárea da linguística é a sociolingüística, que estuda a língua da perspectiva de sua estreita ligação com a sociedade onde é utilizada. Se para certas vertentes da lingüística é possível estudar a língua de forma autônoma, como entidade abstrata e independente de fatores sociais, para a sociolingüística a língua existe enquanto interação social, criando-se e transformando-se em função do contexto sócio-histórico.
É muito comum ocorrer preconceito quando a variante lingüística utilizada difere da padrão pelo uso de sotaques e gírias. Esse preconceito tem base na crença de que só existe uma língua: a que é ensinada nas escolas.
No Brasil, embora a grande maioria fale o português, ele apresenta um alto grau de variabilidade e diversidade. E isso se justifica por sermos o segundo país com a pior distribuição de renda em todo o mundo. Daí, enquanto os “os cultos” falam uma variante bem próxima da padrão que aprenderam na escola, o restante fala uma variedade não-padrão da língua portuguesa, considerada errada pelos primeiros. Há também inúmeras variantes relativas à pronúncia.
Só para se ter uma idéia, aqui no Sudeste falamos “tchitchia’ (como em “tcheco”), para a palavra “titia”. Mas, quando uma situação parecida ocorre com um nordestino, que diz “oitcho” ao invés de “oito”, é considerado “engraçado”, “ridículo”, “errado”. Com a palavra colégio, por exemplo, ocorre o mesmo. Um pernambucano diz “cólégio”, um paulistano diz “côlégio” e um carioca diz
“culégio”.
Não está errado. São variações de região para região de uma mesma língua. Assim como não é errado falar bêjo, minino, tisora, cobertô, etc. Existe uma enorme tendência de se acreditar que se deve pronunciar do jeito que se escreve.
É óbvio que se deve escrever de acordo com a ortografia