dialetica
Na Grécia, o conceito de dialética era equivalente ao dialogo, passando depois a referir-se, a uma argumentação que fazia clara distinção dos conceitos envolvidos na discussão.
Com Heráclito de Éfeso (aproximadamente 540-480 a.C.), toma nova feição, englobando o conceito de “mudança”, a partir da constatação de que é por meio do conflito que tudo se altera.
Outro pensador da época, Parmênides, diverge de Heráclito, afirmando que a essência profunda do ser era imutável, sendo superficial a mudança. Com essa linha de pensamento. Parmênides opõe a metafisica à dialética, prevalecendo a primeira.
Mais de um século depois, Aristóteles reintroduz princípios dialéticos nas explicações. Se, de um lado, se opõe à visão do ser como equilíbrio de contrários, afirmando que, ao mesmo tempo e no mesmo objeto não podem existir dois atributos contrários, de outro, suprimido o conceito de tempo, nada impede, a algo que é, de transformar-se no que não é, desde que o ser e o não ser estejam presentes num mesmo tempo.
Desde Aristóteles ate o Renascimento, a dialética permanece num segundo plano, perante a metafísica. No século XVI, com Montaigne e, no século XVIII, com Diderot, o pensamento dialético recebe um reforço, ate atingir apogeu, com Hegel, antes de sua transformação por Marx.
Hegel, sendo um idealista, da uma importância primeira ao espirito e, em consequência, faz uma concepção particular do movimento e da mudança: considera que são as mudanças do espirito que provocam as da matéria.
Em resumo, Hegel é dialético, mas subordina a dialética ao espirito.
Segundo Thalheimer (1979:83), a dialética passa por quatro fases:
• A dos filósofos jônicos, cujo principal representante é Heráclito, desenvolvendo a dialética da discussão;
• A de Aristóteles, dialética da coexistência; esta fase está em contradição com a primeira, da qual é negação;
• A de Hegel, que reuniu as duas, elevando-as a uma fase superior, ao mesmo tempo que desenvolvia a dialética da sucessão