Diagnóstico da vegetação nativa do bioma caatinga
Diagnóstico da vegetação nativa do bioma Caatinga
Jair Fernandes Virgínio Associação Plantas do Nordeste Luciano Paganucci de Queiroz Universidade Estadual de Feira de Santana Maria Angélica Figueiredo Universidade Federal do Ceará Maria de Jesus Nogueira Rodal Universidade Federal Rural de Pernambuco Maria Regina de Vasconcellos Barbosa Universidade Federal da Paraíba Raymond M. Harley Universidade Estadual de Feira de Santana / Royal Botanical Gardens, Kew
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Gravatá
INTRODUÇÃO
Dentre os biomas brasileiros, a Caatinga é, provavelmente, o mais desvalorizado e mal conhecido botanicamente. Esta situação é decorrente de uma crença injustificada, e que não deve ser mais aceita, de que a Caatinga é o resultado da modificação de uma outra formação vegetal, estando associada a uma diversidade muito baixa de plantas, sem espécies endêmicas e altamente modificada pelas ações antrópicas. Apesar de estar, realmente, bastante alterada, especialmente nas terras mais baixas, a Caatinga contém uma grande variedade de tipos vegetacionais, com elevado número de espécies e também remanescentes de vegetação ainda bem preservada, que incluem um número expressivo de táxons raros e endêmicos. Quem primeiro reconheceu esta situação foi Andrade-Lima (1981), que publicou uma primeira aproximação para a classificação dos diferentes tipos de caatingas, utilizando aspectos fisionômicos e dados florísticos para caracterizar os agrupamentos, destacando, também, a importância de fatores abióticos como clima, especialmente a precipitação, e solo. Para o Workshop de Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação da