diabetes
2.1 HISTÓRICO
Na história do Diabetes foram efetuadas descrições de enfermidades 3.000 anos atrás, no Egito. Cerca do ano 400 a.C. Charak e Susrut observavam não apenas o paladar adocicado da urina, como também a correlação entre a obesidade e o diabetes, a tendência da enfermidade ao passar de uma geração para outra através da “semente”, e mesmo dois tipos da enfermidade: um associado ao emagrecimento, desidratação, poliúra e debilidade,e o outro caracterizado por “compleição robusta, gula, obesidade e sonolência”. Próximo ao início da era cristã,os romanos Aretaeus e Celsus descreveram a enfermidade, dando-lhe o nome de diabetes (= sifão) mellitus (melli + mel ou doce) (HENRY, 1995).
Sua correlação com a gangrena foi mencionada pelo árabe Avicenna no ano de 1.000 d. C.. O paladar doce da urina foi novamente descrito por Thomas Willis (1675), Dodson, cem anos mais tarde, demonstrou que esse paladar devia-se ao açúcar e sugeriu que o mesmo não fosse formado de novo no rim, porém que o rim removia-o do organismo, um fato cientificamente confirmado pelo grande fisiologista francês Claude Bernard, em meados dos anos 1800 (ARDUINO, 1980).
Em 1889, Von Mering e Minkowski produziram pela primeira vez, o diabetes experimental, removendo o pâncreas do cão. Subconsequentemente, Opie (1901) observou alterações nas ilhotas de células pancreáticas (ilhotas descritas por Langerhans em 1869) nos seres humanos que haviam falecido com a enfermidade. Isso levou a tentativa, por muitos autores, de preparar extratos pancreáticos que pudessem corrigir a deficiência. Foram obtidas frações ativas por alguns anos, porém somente em 1921 Banting e Best, em Toronto, obtiveram sucesso contínuo e sua descoberta foi rapidamente aplicada ao tratamento clínico, dentro de seis meses após sua publicação inicial. Até então, somente uma dieta de semi-inanição cuidadosa com a eliminação do excesso de carboidratos, era parcialmente eficaz para prolongar a vida, na forma juvenil