Diabet
1. Introdução
O diabetes melitus é um grupo de síndromes caracterizadas por hiperglicemia; metabolismo alterado de lipídios, carboidratos e pro-teínas; e um risco aumentado de complicações por doença vascular. A maioria dos pacientes pode ser clinicamente classificada como portadora de diabetes melitus insulino-dependente (DMID, ou diabetes do tipo I) ou diabetes melitus não-insulino-dependente (DMNID, ou diabetes do tipo II). O diabetes melitus ou intolerância a carboidratos também está associado a outras determinadas condições ou síndromes (Quadro 1).
Em certos países tropicais, a causa mais comum de diabetes é a pancreatite crônica associada a fatores nutricionais ou tóxicos (uma forma de diabetes secundário). Também, em raras ocasiões, o diabetes resulta de mutações puntiformes no gene da insulina. As substituições de aminoácidos nestas mutações podem resultar em insulinas com menor potência ou podem alterar o processamento da pró-insulina em insulina.
Existem componentes genéticos e ambientais para o DMID e o DMNID.
Quase todas as formas de diabetes melitus são geradas por uma diminuição na concentração circulante de insulina (deficiência de insulina) e por uma redução na resposta dos tecidos periféricos à insulina (resistência à insulina).
Tais anormalidades levam a alterações no metabolismo de carboidratos, lipídios, cetonas e aminoácidos; o aspecto central da síndrome é a hiperglicemia (Fig. 1).
A insulina diminui a concentração de glicose no sangue inibindo a produção hepática de glicose e estimulando a captação e metabolismo da glicose pelo músculo e pelo tecido adiposo (Quadro 2). Estes dois importantes efeitos ocorrem em diferentes concentrações de insulina. A produção de glicose é inibida até o máximo de 50% por uma concentração de insulina de aproximadamente 20 mU/ml, enquanto a utilização da glicose é estimulada até o máximo de 50% em cerca de 50 mU/ml.
Em ambos os tipos de diabetes, o glucagon (cujos níveis estão